Meus Textos



CRIATIVIDADE É RESPOSTA À PERGUNTA QUE A VIDA LHE FAZ!

Marcos Cavalcante

Você já observou que ao fazer a si mesmo/a perguntas mais profundas, revelou novas maneiras de você estar no mundo? Não é você quem pergunta a vida, é a vida quem evoca a pergunta em você  

A pergunta traz o sopro de ar fresco, renova a visão e as atitudes, favorece a empatia, integra, fortalece os vínculos afetivos, torna a vida mais alegre.

A dinâmica de interações criativas na vida não é saber, mas mergulhar no mistério em busca de sentido que responda a necessidade de expansão do viver com inovação e resolutividade. A pergunta é a chave para atrair mais oportunidades de expansão da vida na dinâmica de interações.

A resposta à pergunta é um tesouro a ser descoberto no interior de cada pessoa que sabe do seu propósito de pertencimento, e se compromete em gerar soluções eficazes com alto nível de expansividade.

O poder criativo da pergunta está na sua capacidade de demandar respostas de vida plena e abundante, de estimular olhar para a realidade e visitar a própria alma com propósito; de identificar a necessidade de inovação vivificante; de associar conhecimentos com as experiências e de provocar visão compartilhada, permitindo examinar de modo coletivo quais as possibilidades e potenciais de resolutividade.     

Nesse sentido criativo não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas...

Quem somos? (Os filósofos tentam entender...).

De onde viemos? (criação ou evolução?...).

Para onde vamos? (Existem mais de 200 teorias...).

Como será a economia nos próximos anos? (Os economistas querem explicar...).

Como o cérebro funciona? (Os cientistas procuram entender...).

 

Investigue no presente a dinâmica de interação do seu grupo: Quais são as perguntas que fazem você e o seu grupo pensar soluções conjuntas para quem procura respostas no propósito que assumiram? Encontrem no foco de atenção à pergunta que integra propósito e necessidade, a força criativa que irá leva-los/as a outra dimensão de suas mentes, permitindo assim, que as perguntas apontem para o caminho da compreensão e ação com alto nível de resolutividade. Desenvolver autoconfiança através da pergunta gera efeito de motivação, delimita um assunto ou faz acender uma nova ideia.

As perguntas também podem intensificar um conflito ou criar pontes. Ao longo de mais de três décadas eu presto assessoria na dinâmica de diversos grupos, até hoje continuo percebendo que a maioria das pessoas temem responder perguntas. Há uma fixidez baseada em mecanismos de defesa, apoiada na autoimagem que idealizaram sobre si mesmas acerca do que internalizaram sobre modelos mentais de certo ou errado. Compreendo que essa reação de insegurança às perguntas, demonstra o temor de não serem capazes de sustentar as imagens que formaram uns dos outros, quem sabe, por isto, estão sempre buscando fazer acréscimos que fortaleçam o autoengano de estar dominando uma situação.

Devido essas formações de imagens de si e do/a outro/a, o verdadeiro estado de relação ou interação grupal baseado em perguntas, cessa completamente. Essas imagens são fictícias, geram conflitos e são perecíveis a perguntas. Parece-me que inconscientemente as pessoas sabem que a pergunta irá confrontar essas imagens e isso poderá resultar em conflito.

A rejeição a perguntas, portanto, pode ter origem no medo de ser julgado/a por suas respostas, ou o temor de ser desprezado/a e repreendido/a em suas faltas. Ao examinar o próprio coração é possível que ache que ainda vive dentro de si o desejo de aprovação externa, de agradar os outros ou de convencê-los.

A função fundamental da pergunta não é replicar com habilidade, nem convencer, mas possibilitar que cada um e cada uma, vivencie a sua autocriação, que mergulhe no mistério e observe a si mesmo/a, o movimento da sua própria mente e do seu coração na busca pelo sentido, apoiados no centro do Ser, sem essas imagens mentais de permanência diante de uma realidade que é um mar de impermanência.

Essa é arte de perguntar, perguntar é uma arte, necessita de uma mente imóvel, que observa e não julga, mas procura o nome do novo.

A pergunta busca saber como algo pode ser mais do que é, exige soluções.

A pergunta gera resolutividade, floresça, frutifique, criative-se, Ser-Vindo, atendendo. Pare de se justificar, você não é parte do problema, você é parte da solução!